A África é o continente com mais religiões
diferentes de todo o mundo. Ainda hoje são descobertos novos cultos e rituais
sendo praticados pelas tribos mais afastadas. Na época da escravidão, os negros
trazidos da África eram batizados e obrigados a seguir o Catolicismo. Porém, a
conversão não tinha efeito prático e as religiões de origem africana continuaram
a ser praticadas secretamente em espaços afastados nas florestas e quilombos.
Na África, o culto tinha um caráter familiar e era
exclusivo de uma linhagem, clã ou grupo de sacerdotes. Com a vinda ao Brasil e
a separação das famílias, nações e etnias, essa estrutura se fragmentou. Mas os
negros criaram uma unidade e partilharam cultos e conhecimentos diferentes em
relação aos segredos rituais de sua religião e cultura.
As religiões
afro-brasileiras constituem um fenômeno relativamente recente na história
religiosa do Brasil. As principais são:
Umbanda -
Religião brasileira nascida no Rio de Janeiro, nos anos 20, da mistura de
crenças e rituais africanos e europeus. Asraízes umbandistas encontram-se em
duas religiões trazidas da África pelosescravos: a cabula, dos bantos, e o
candomblé, na nação nagô. A umbandaconsidera o universo povoado de entidades
espirituais, os guias, que entram emcontato com os homens por intermédio de um
iniciado (o médium), que os incorpora. Tais guias se apresentam por meio de figuras
como o caboclo, o preto-velho e a pomba-gira. Os elementos africanos
misturam-se ao catolicismo,criando a identificação de orixás com santos. Outra
influência é o espiritismo kardecista, que acredita na possibilidade de contato
entre vivos e mortos e na evolução espiritual após sucessivas vidas na Terra.
Incorpora ainda ritos indígenas e práticas mágicas européias.
Candomblé - Religião afro-brasileira que cultua os
orixás, deuses das nações africanas de língua ioruba dotados de sentimentos
humanos como ciúme e vaidade. O candomblé chegou ao Brasil entre os séculos XVI
e XIX com o tráfico de escravos negros da África Ocidental. Sofreu grande
repressão dos colonizadores portugueses, que o consideravam feitiçaria. Para
sobreviver às perseguições, os adeptos passaram a associar os orixás aos santos
católicos, no sincretismo religioso. Por exemplo, Iemanjá é associada a Nossa
Senhora da Conceição; Iansã, a Santa Bárbara, etc. As cerimônias ocorrem em
templos chamados territórios. Sua preparação é fechada e envolve muitas vezes o
sacrifício de pequenos animais. São celebrados em língua africana e marcadas
por cantos e o ritmo dos atabaques (tambores), que variam segundo o orixá
homenageado. No Brasil, a religião cultua apenas 16 dos mais de 300 orixás
existentes na África Ocidental.
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